LOCALIZE POST ANTERIOR

Dois acordes e um interdito


Se o que se ouve vingar como música
as certezas passarão como no filme 
e as pessoas sentirão a sua volta 
as crianças cansadas de amor 

Se o que se ouve vingar como música 
as mesmas crianças se levantarão 
na vontade de sorrir aos adultos 
e farão cantá-los, unidos, cantarão silêncio.

Se o que se ouve vingar como música 
a saudade respirará para acordar 
o mundo das dores do segundo 
que a bomba eclode sobre o outro 

Se o que se ouve vingar como música 
a forma de dizer que o coração pulsa 
sairá da força explosiva das formigas 
e do não-dito dos olhos incrédulos 

Se o que se ouve vingar como música 
o pensamento viverá como sangue
que afeta e bombeia o órgão ferido 
como a palavra chega viva à boca 

Se o que se ouve vingar como música 
em qualquer clarão d’água na terra 
um fará nascer a flor no asfalto 
e outros tantos serão luz d’orvalho 

Se o que se ouve vingar como musica 
as cifras e notas voltarão ao filme 
e legendarão de novo novo sentido 
aos que viveram na voz da canção


Poema publicado também no Facebook VERDADEmATITUDE 
no Site Recanto das Letras, na seção Poesias (AQUI).


Nenhum comentário: