É certa a surdez da vertigem.
Se ando, se palpito, se excedo,
parte de mim é quase distante,
talvez delírio, mimo ou perfume.
É certo o molambo pensamento.
Se caminho torto, sob o meio fio,
parte de mim é quase equilibrista,
talvez perigo, cais ou morada.
É certa a infinita aflição da dúvida.
Se subtraio, se multiplico, se amo,
parte de mim faz nascer o duplo,
talvez, fração ou beijo exuberante.
É certa a obliqua traição do vento.
Se colido, se enfrento, se anulo,
parte de mim é anti-horária, moinho,
rajada confusa a dirimir lembrança.
Poema publicado também no Facebook VERDADEmATITUDE
e no site Recanto das Letras (AQUI).
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