
Nos últimos anos, o cinema documentário vem ganhando mais e mais atenção do público brasileiro e espaço nas bilheterias. Mas muito antes do crescimento do gênero já existia o festival “É tudo verdade”, que chega à sua 14ª edição nesta quarta-feira (25) em São Paulo e na quinta (26) no Rio.
Assista a trechos de filmes do festival
O evento promete trazer ao país o que há de mais novo no gênero circulando pelo mundo, com dezenas de longas, médias e curtas-metragens de diversos países. O destaque fica por conta de “O equilibrista”, vencedor do Oscar 2009 de melhor documentário (leia mais abaixo), ainda inédito no Brasil.
Também há a competição de produções brasileiras, que inclui os novos trabalhos dos diretores José Padilha (do fenômeno “Tropa de elite”), que lança o engajado “Garapa” (leia mais abaixo), e Eduardo Coutinho (de “Santo forte” e “Edifício Master”), que revela “Moscou”, sobre os bastidores de uma montagem teatral do Grupo Galpão.
Ainda concorrem ao prêmio os filmes “A chave de casa”, de Paschoal Samora e Stela Grisotti, “Cildo”, de Gustavo Moura, “Cidadão Boilesen”, de Chaim Litewski, “Corumiara”, de Vincent Carelli, e “Sobreviventes”, de Miriam Chnaidermann e Reinaldo Pinheiro.
Outros destaques da mostra internacional são “Am I black enough for you?”, cinebiografia do cantor Billy Paul, e “Cartas ao presidente”, um retrato inédito do governante iraniano, que inaugura a mostra nesta quarta em São Paulo. Na versão carioca do evento, o filme de abertura será “Domingos”, um perfil do diretor Domingos de Oliveira assinado pela atriz Maria Ribeiro.
O festival, que encerra dia 5 de abril, vai ocupar sete salas de cinema e centros culturais em São Paulo e três no Rio. Em abril, o evento segue para Brasília. A programação completa está no site do “É tudo verdade” ( www.etudoverdade.com.br ).
Assista a trechos de filmes do festival
O evento promete trazer ao país o que há de mais novo no gênero circulando pelo mundo, com dezenas de longas, médias e curtas-metragens de diversos países. O destaque fica por conta de “O equilibrista”, vencedor do Oscar 2009 de melhor documentário (leia mais abaixo), ainda inédito no Brasil.
Também há a competição de produções brasileiras, que inclui os novos trabalhos dos diretores José Padilha (do fenômeno “Tropa de elite”), que lança o engajado “Garapa” (leia mais abaixo), e Eduardo Coutinho (de “Santo forte” e “Edifício Master”), que revela “Moscou”, sobre os bastidores de uma montagem teatral do Grupo Galpão.
Ainda concorrem ao prêmio os filmes “A chave de casa”, de Paschoal Samora e Stela Grisotti, “Cildo”, de Gustavo Moura, “Cidadão Boilesen”, de Chaim Litewski, “Corumiara”, de Vincent Carelli, e “Sobreviventes”, de Miriam Chnaidermann e Reinaldo Pinheiro.
Outros destaques da mostra internacional são “Am I black enough for you?”, cinebiografia do cantor Billy Paul, e “Cartas ao presidente”, um retrato inédito do governante iraniano, que inaugura a mostra nesta quarta em São Paulo. Na versão carioca do evento, o filme de abertura será “Domingos”, um perfil do diretor Domingos de Oliveira assinado pela atriz Maria Ribeiro.
O festival, que encerra dia 5 de abril, vai ocupar sete salas de cinema e centros culturais em São Paulo e três no Rio. Em abril, o evento segue para Brasília. A programação completa está no site do “É tudo verdade” ( www.etudoverdade.com.br ).
"Garapa": três retratos da fome.
O novo filme do diretor José Padilha (de "Tropa de elite") traz três mulheres que lideram famílias em situação de miséria, passam fome e fazem de tudo para conseguir alimentar os (muitos) filhos pelo menos uma vez ao dia. Em "Garapa", o cineasta acompanha o dia-a-dia de três famílias cearenses – uma que vive numa cidade grande, outra que mora perto de uma cidade pequena, e a última que se instalou no meio do nada – todas em situação de fome crônica. O documentário, que terá sua primeira exibição no sábado (28), no Rio de Janeiro, faz parte de um compromisso assumido por Padilha e seu parceiro, o produtor e também cineasta Marcos Prado, de produzir filmes sobre dois assuntos que consideravam sérios: a fome e escassez de água. "Garapa" abre a série, entregando ao público uma colagem de imagens e histórias tão chocantes quanto deprimentes, sobre uma população que grande parte das pessoas só conhece dos números divulgados pela Organização das Nações Unidas – e já são mais de 920 milhões passando fome em todo o mundo. "Esse filme tem um desafio, porque ele mostra algo que as pessoas não querem ver. Por definição, estou pedindo para as pessoas assistirem a um filme que não vão gostar de ver. Mesmo assim, gostaria muito que ele fosse visto pelo maior número de pessoas possível e que pudesse ter um efeito sobre suas vidas", afirma o diretor. Feito em preto-e-branco (colorido seria intolerável), da forma mais simples e crua possível, até mesmo sem trilha sonora, o documentário escancara a situação de pobreza, falta de higiene e fome em que muitas famílias brasileiras vivem diariamente. Ao mesmo tempo, como é tradicional nos filmes de Padilha, seu talento em retratar a realidade não cai na emboscada da piedade nem de tratar o protagonista como vítima. Há reflexão, não moralismo. Na mesma medida em que o cineasta aponta sua câmera para os problemas enfrentados por essas pessoas, retrata também como algumas delas se acomodam no desemprego e na miséria, acostumando-se a comer pouco e mal, a ter doenças não tratadas, a viver sem infra-estrutura alguma e mesmo assim a continuar tendo filhos e esperando pelo que "Deus dá".
Reportagem extraída do portal g1.globo.com.
Por: Carla Meneghini e Débora Miranda.
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